No lote dos deputados entrevistados da XV Legislatura da Assembleia da República, desta 2ª temporada do Projeto Os 230, está Cristiana Ferreira, deputada do PSD eleita pela primeira vez pelo círculo eleitoral de Viseu.

Natural de Tondela, concelho do distrito de Viseu, Cristiana Ferreira veio viver para Lisboa ainda muito nova para frequentar o Instituto de Odivelas, instituição que diz ter “marcado definitivamente” a sua vida. Com cerca de 13, 14 anos diz ter percebido querer exercer advocacia e refere que a transição do Instituto para a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa foi pacífica, dado que a sua educação tinha sido sempre pautada pelo rigor.

Após a formação em Direito em Lisboa, regressou às suas origens, à vila de Caramulo, em Tondela, onde estagiou e fixou residência, sendo que a sua ligação à política só aconteceria em 2005, com o convite para integrar as listas do PSD à Assembleia Municipal. A deputada afirma que o facto de ser mulher e de ter formação em Direito foram circunstâncias que eventualmente poderiam ter levado a esse enquadramento.

Como advogada, Cristiana afirma que a principal razão que a fez seguir o caminho da política foi a possibilidade da defesa intransigente do direito das pessoas, tendo em conta que “os deputados são a voz das pessoas”. Em relação à filiação especificamente ao PSD, a deputada conta que ela, tal como o partido, têm ambos 48 anos e considera Francisco Sá Carneiro uma referência e o próprio fundador da democracia e dos seus valores.

A luta pelo interior do país

A deputada garante que o desafio na Assembleia Municipal, onde esteve durante 16 anos, foi muito aliciante, que não só lhe permitiu ter um diagnóstico dos problemas que existem no interior do país, mas que também lhe possibilitou pensar nas soluções que poderiam resolver esses mesmos problemas. Agora com lugar na Assembleia da República, Cristiana Ferreira diz querer ser a porta-voz da defesa pelo interior do país e revela que não se conforma quando nas decisões políticas não existe ponderação a respeito da repartição justa dos recursos.

Para si, “A democracia tem sempre de ser alimentada e só o pode ser se estivermos atentos, se ouvirmos as pessoas, para cada vez mais alto levar a sua voz”. Para esta XV Legislatura, a deputada acredita que o seu contributo passará muito pela criação de mecanismos que façam com que as pessoas se sintam bem e fixem residência no interior do país, pois considera que têm de existir mais condições para que gradualmente as pessoas possam, cada vez mais, ir para o interior e ajudar o país a desenvolver-se de uma forma mais equilibrada.

Assumidamente católica e admiradora do Papa Francisco, a deputada do PSD afirma que existe qualidade de vida no interior do país, mas que os seus habitantes devem também ter o direito a ter uma escolha mais ampla, da mesma forma que já tem quem mora nas grandes metrópoles.

Artigo escrito por Mónica Mota, colaboradora do Projeto Os 230