Paulo Porto Fernandes, o primeiro deputado luso-brasileiro da nossa Assembleia da República, eleito pelo Partido Socialista, é o próximo convidado do projeto Os 230. 

Demonstra preocupação em como as ligações entre Portugal e o Brasil foram diminuindo ao longo dos anos e, por isso, considera extremamente importante que se volte a lutar por uma maior união entre os dois países. Diz-nos que esta aproximação deve ser especialmente intensa quer na parte cultural, quer na parte jurídica, já que, enquanto exerceu a profissão de advogado notou que os presos portugueses eram imensamente prejudicados. Foi aqui que o deputado encontrou a sua paixão, no apoio a estes cidadãos, já que, estes após serem libertados teriam de esperar cerca de 2 anos para que fossem efetivamente expulsos do Brasil e, portanto, andavam um pouco à deriva, pois, não tinham qualquer documento que os ajudasse a encontrar trabalho o que resultava, obviamente, na miséria. Foi também aí que o deputado começou a encontrar soluções para resolver este problema, endereçando requerimentos a juízes, de maneira a resolver este problema da forma mais célere possível e como diz, “o diálogo é o melhor caminho para encontrar a solução”. Além deste apoio aos presos, ajudava também cerca de 50 idosos enquanto foi provedor da Provedoria da Comunidade Portuguesa de São Paulo. 

O convite para ingressar nos quadros do PS para as legislativas partiu do secretário-geral adjunto do partido, José Luís Carneiro, tendo efetivado a sua eleição pelo círculo eleitoral de fora da Europa, onde aquando da sua campanha notou a imensa ligação que a diáspora portuguesa tem com o país, dizendo que aqueles nascidos no estrangeiro são aqueles que mais amor demonstram pelo nosso país. 

Recorda com emoção as festas entre portugueses onde participava frequentemente, criando grandes amizades entre todos os portugueses, denotando a grande união existente entre toda a comunidade, rememora também o Bailinho da Madeira tocado pelo seu pai e pelo seu tio. 

Fã confesso de Pink Floyd e de Vinicius de Moraes, assume a sua preferência por cães e demonstra curiosidade em saber aquilo que o Salão Oval da Casa Branca esconde, considerando ainda que o maior desafio dentro da Assembleia é sensibilizar os pares do seu partido e dos restantes partidos a aprovarem as leis que este ajuda a criar. 

Por fim, gostaria de apelar aos portugueses que participassem mais na vida política, de maneira a criar um maior elo de ligação entre a população em geral e aqueles que ocupam um lugar na AR.