Entrevista a Ricardo Pinheiro
  • 02.06.2022
  • PS
  • Portalegre
  • XV Legislatura

02.06.2022

XV Legislatura

Portalegre

PS

Ricardo Miguel Furtado Pinheiro

Ricardo Pinheiro, formado em Engenharia Eletrotécnica e antigo autarca da Câmara Municipal de Campo Maior, é, pela segunda legislatura consecutiva, deputado do PS à Assembleia da República, eleito pelo círculo distrital de Portalegre.

Em criança gostava de ter sido oficial da Escola Naval. Aos 16 anos ganhou uma viagem a Macau, onde esteve cerca de 1 mês, como prémio de um trabalho para a Comissão Nacional de Descobrimentos, a qual diz ter sido a experiência que mais o marcou até agora. Depois de se formar em Engenharia Eletrotécnica, trabalhou na Delta, sob chefia do comendador Rui Nabeiro, lugar onde se apercebeu da importância da capacidade de improvisação, uma vez que a logística em Campo Maior apresenta maiores desafios do que nas grandes cidades, e da formação de recursos humanos, da importância de dar mais competências aos trabalhadores do que as que já tinham. Aos 27 anos, sem nenhuma ambição de qualquer cargo na administração pública, foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior.

A vida política em Campo Maior

Ricardo Pinheiro não esconde o orgulho que sente pela cidade de Campo Maior, município do qual foi autarca durante uma década (2009-2019), e não esconde que essa é a posição política que mais o empolga, por permitir o desenvolvimento do trabalho e a resolução de problemas em proximidade com as pessoas. Com cerca de 10 mil habitantes, o deputado diz-se um privilegiado por pertencer a Campo Maior, um dos 5 concelhos interiores atualmente com maior poder de compra à escala nacional, per capita, que, apesar de ter tido perda demográfica, a mesma não foi tão acentuada como em outras regiões do interior do país. A isso se deve, segundo ele, o facto de a autarquia ter modelos que permitem responder às necessidades da população e o facto de haver uma preocupação com a distribuição geográfica em termos reais e uniformes à escala nacional.

Com muita experiência na administração pública, o deputado refere que a “forma como se planeia e programa a governação numa pequena zona do interior deve responder áquilo que são os grandes desafios de desenvolvimento e formação de talento nas organizações e para as organizações desse território”. Revela ainda que “mais do que perder população por uma baixa natalidade, é importante não perder criatividade associada aos territórios”, ou seja, é importante permitir aos jovens deslocarem-se para as grandes cidades para se formarem, mas depois é mais importante ainda conseguir atraí-los de novo para a sua terra, para criarem valor na terra de onde são oriundos. E para o território não perder valor, diz, é preciso não afastar o poder público do poder privado, para que ambos possam fazer um caminho com objetivos alinhados.

O desafio das energias renováveis

Para além de deputado, Ricardo Pinheiro é também Coordenador do Grupo Parlamentar da Comissão de Ambiente e Energia. A respeito das energias renováveis, revela que Portugal tem feito, desde 2006/2007, avanços profundos em matéria política ambiental e energética, sendo um dos primeiros países a dar o salto em relação ao financiamento de energias renováveis. Diz ainda que é de louvar a vontade que Portugal teve em apostar na energia eólica, sendo que atualmente ¼ da nossa produção instalada de energia elétrica em Portugal provém do sistema eólico.

Em 2019, quando se começou a preparação da Lei de Bases do Clima, o gás natural era uma tecnologia que estava só para ser eliminada em 2040, naquilo que eram as ambições de descarbonização do espaço europeu”. Diz que a pandemia veio antecipar a data para 2030 e isso levou à criação de uma estratégia nacional para o hidrogénio, uma vez que já se identificava o hidrogénio como um dos grandes substitutos do gás natural em Portugal, enquanto gás renovável. O deputado confessa ainda que atualmente o grande desafio está na economia circular e que, para que ela se efetive, deve haver um trabalho focado dos municípios, que devem incentivar os seus munícipes a aumentar as taxas de reciclagem. Ricardo Pinheiro defende também que os políticos também precisam de níveis de formação, de adaptação e de preparação diários para se poder discutir os temas da mesma forma que já o fazem aqueles que são grandes quadros nas empresas privadas.

Artigo escrito por Mónica Mota, colaboradora do Projeto Os 230

Nome Completo

Ricardo Miguel Furtado Pinheiro


Data de Nascimento

28/08/1980


Habilitações Literárias

  • Licenciatura em Engenharia Electrotécnica


Profissão

Engenheiro Electroténico


Comissões Parlamentares

  • Comissão de Economia Obras Públicas Planeamento e Habitação [Suplente]
  • Comissão de Agricultura e Pescas [Suplente]
  • Comissão de Ambiente e Energia [Coordenador GP]